domingo, 16 de novembro de 2014

[RESENHA] Cemitérios de Dragões

  Título: Cemitérios de Dragões
  Autor: Raphael Draccon
  Editora: Rocco      Selo: Fantástica Rocco
  Páginas: 350
  Sinopse: Um fenômeno desconhecido faz cinco pessoas, sem qualquer conexão e espalhadas pelo planeta Terra, acordarem em diferentes regiões de uma realidade devastada por um império de reptilianos e assolada pela escravidão. Os cinco iniciam uma jornada em busca de respostas para sobreviverem no centro de uma guerra envolvendo criaturas fantásticas e demônios dispostos a invocar perigosos seres abissais para servirem a seus propósitos. Porém uma entidade pretende conectar o destino dos cinco humanos e armá-los com uma tecnologia construída à base de metal vivo, magia e sangue de dragões. Uma tecnologia jamais vista naquela ou em qualquer outra dimensão, capaz de gerar heróis de metal. Batalhas empolgantes, romance e magia. Esse é o universo épico de Cemitérios de Dragões, inspirado em uma visão adulta e sombria das antigas séries Tokusatsu, como Jaspion, Changeman, Flashman, Ultraman e tantas outras, que marcaram a infância de toda uma geração.
  O que eu achei: posso começar dizendo que a primeira coisa que me passou na cabeça ao terminar a leitura de Cemitérios de Dragões foi que esse não é livro para menininhas. Não mesmo. Draccon nos presenteou com um livro repleto de adrenalina, emoção e expectativas, que enche o leitor de aventura até a garganta. Caso você que esteja lendo essa resenha ainda não conhece o livro, vou deixar o aviso que, caso pretenda fazer isso, prepare-se psicologicamente primeiro.

  Esse livro marcou a estreia do selo Fantástica Rocco ao lado de O Reino das Vozes que Não se Calam, de Carolina Munhóz e Sophia Abrahão. Draccon é autor da famosa série Dragões de Éter, publicada pela Editora Leya. Vale enfatizar que o cara já é reconhecido e respeitado dentro e fora do país, o que aumentou minha vontade para ler o livro (além do fato de que, na minha opinião, ele e a Carol formam um casal PERFEITO).

  Derek, americano; Amber, irlandesa; Romain, francês; Ashanti, africana e Daniel, brasileiro. Cinco protagonistas que, aparentemente, não possuem nada em comum moldam o enredo de Raphael Draccon. De alguma forma, os cinco acordam em uma dimensão desconhecida, submissa à escravidão e dominada por sapos gigantes. O cenário descrito por meio da maravilhosa escrita do autor é de causar arrepios. É necessário um estômago forte para continuar a leitura, pois o universo de Draccon não é fraco, não! Acontecimentos improváveis acabam por reunir, lentamente, esse quinteto, com o objetivo de destruir de vez o império que assola essa dimensão. Eles contarão com armaduras vindas de sangue de dragão, uma raridade almejada por ambos os lados. No entanto, nada está garantido, até que a vitória chegue.

  Preciso admitir que, inicialmente, apanhei muito para engatar a leitura. Os capítulos iniciais, que se tratam exclusivamente de Derek, o mais importante dos cinco, foram chatos e lentos. No entanto, quando a história realmente começa e as coisas começam a ficar empolgantes, as informações adquiridas no início mostram-se valiosas para a compreensão do que está acontecendo. Primeiramente, os capítulos apresentam a visão de cada um dos grupos (Derek e Amber, Romain e Daniel e, por fim, Ashanti), antes que se unam. Para desembraçar um pouco os nós, posso dizer que Derek e Amber se juntam pela simples necessidade de fuga e Romain e Daniel se encontram na inusitada condenação de Romain em praça pública. Os capítulos narram o que acontece com os personagens até o momento, que acontece depois de mais da metade do livro, onde os cinco se reúnem. 

  Até que esse momento chegue, Draccon garante a atenção do leitor por meio de cenas empolgantes, já que não há momento nenhum onde os protagonistas estão ociosos. Algo sempre está acontecendo com alguém, e como os capítulos são interrompidos justo no ápice das cenas para que seja narrado o que está ocorrendo com outra pessoa, o leitor está sempre curioso para descobrir como se sucederá a cena. O que quero dizer, é que há pouquíssimos momentos calmos, voltados para os diálogos entre os personagens - que permitem que conheçamos mais deles. Esse fato permitiu que a leitura do livro fosse fluída e rápida.

  É incrível que, mesmo construindo uma história regada à adrenalina e ação, Draccon tenha feito seus leitores se apegarem aos seus personagens. Quando, naqueles curtos momentos de paz e diálogos o autor permite que saibamos mais sobre os protagonistas, fica muito fácil torcer por eles e ter algum afeto. De repente, eu me via torcendo por cada um e imaginando como seria se os conhecesse na vida real.

  A história também ganha espaço para uma pitada de humor, que vem para trazer uma leveza necessária à trama. Para quem já leu o livro, sabe que na batalha final há motivos de sobre para rir um bocado, devido às trapalhadas de todos eles. Bem, com essa resenha ficou visível a presença de humor, ação, aventura, fantasia e ficção científica. Haverá espaço para o amor também? Bom, conclua isso você mesmo. Seria spoiler dizer :P

  O clímax e desfecho do livro formaram um gancho perfeito para o próximo, já que essa é uma trilogia (Legado Ranger). Uma curiosidade genuína atrai para o livro 2, que com certeza virá com mais surpresas e, principalmente, adrenalina. Outra coisa: a sinopse deixa claro e as resenhas também: a série é quase uma fanfic, já que se baseia na premissa de várias séries do século passado que conquistaram gerações.

  Por último, quero dizer que a capa, a diagramação e o acabamento do livro estão perfeitos. Caso eu não soubesse do que se trata o livro, eu seria facilmente atraída pela capa, título e sinopse, que estão muito empolgantes. Os detalhes do livro, embora simples, tornam a leitura confortável e fantástica. Um detalhe que eu notei e aprovei foi a leveza das folhas, macias e sensíveis. Não encontrei erros de revisão, muito pelo contrário: super aprovei o uso de uma fonte diferente para cada idioma que é falado. Permite que o leitor se situe.

  Acho que isso é tudo. Eu recomendo o livro para quem consegue ler um livro intenso e cheio de batalhas violentas, que fazem com que o leitor relembre, no meu caso, séries como Power Rangers - Força Dragão. Numa visão geral, é um livro bom e profundo, que deve ser seguido de uma leitura mais leve, para evitar o choque, haha.

Avaliação:
5 estrelas!


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